A indústria de cosméticos é bastante importante na sociedade, fornecendo produtos de beleza e bem-estar que impactam a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Nos últimos anos, o setor cresceu consideravelmente, por conta da diversidade de produtos oferecidos e do aumento da demanda.
Por trás dos milhares de frascos coloridos, no entanto, existe uma realidade ambiental que precisa de atenção. A produção em larga escala de cosméticos gera uma quantidade significativa de efluentes que consistem em uma variedade de substâncias químicas, resíduos sólidos e outros poluentes.
Esses efluentes são um subproduto inevitável da fabricação de produtos cosméticos e representam um desafio crescente para a sustentabilidade ambiental. À medida que a conscientização cresce e as regulamentações se tornam mais rígidas, a indústria passou a enfrentar uma pressão crescente para minimizar o impacto negativo de sua produção.
Neste artigo, você encontra mais informações sobre esse assunto. Descubra:
- quais são as substâncias mais comumente encontradas em resíduos cosméticos;
- como minimizar o impacto dos efluentes gerados na produção de cosméticos.
Boa leitura!
Quais são as substâncias mais comumente encontradas em resíduos da produção de cosméticos?
O tipo de efluente gerado nos processos produtivos das indústrias de cosméticos vai depender basicamente das matérias primas que são utilizadas na fabricação dos itens. Como a indústria trabalha com uma vasta gama de produtos, há a geração de efluentes com diversas características e composições. Conheça os elementos mais encontrados:
Óleos
Os óleos são substâncias classificadas como hidrofóbicas e lipofílicas, ou seja, possuem baixa solubilidade em água e, por isso, são resistentes à biodegradação. Quando descartados de maneira incorreta, efluentes oleosos podem contaminar corpos d’água, como mananciais e rios, que são muitas vezes utilizados para o abastecimento público, além de causar problemas à vida aquática.
Sulfetos
Geralmente, os sulfetos são resultados de processos de produção de tinturas. Eles apresentam odor desagradável e toxicidade, pois são compostos inorgânicos de enxofre. Sua solubilidade em água é extremamente baixa, com exceção dos sulfetos formados por metais alcalinos, alcalinos terrosos e amônio.
Despejos amoniacais
Resíduos dessa natureza contêm sais amoniacais, provenientes do amoníaco, um gás incolor e de odor desagradável, mas que se dissolve na água facilmente. Esse tipo de resíduo em excesso pode alcalinizar em meio líquido e, assim, em meio alcalino, a amônia apresenta-se majoritariamente em sua forma não ionizada, que é tóxica, sendo necessária a neutralização e tratamento correto antes do descarte.
Tensoativos
Também conhecidos como surfactantes, os tensoativos são moléculas que possuem estruturas químicas com duas regiões de diferentes afinidades, uma parte hidrofílica, que interage com a água, e outra parte hidrofóbica, que tende a repelir a água, essas moléculas também são chamadas de anfifílicas.
Graças a essa característica, os tensoativos são resistentes à biodegradação. A maior parte dos tensoativos utilizados atualmente são sintéticos e fabricados a partir do petróleo.
Quando descartados em rios após sua utilização, os surfactantes podem causar um desequilíbrio no sistema aquático, visto que essas substâncias formam uma camada fina e isolante na água, dificultando a oxigenação e interferindo em sua qualidade.
Fosfatos e polifosfatos
Essas substâncias representam um grupo de compostos derivados do elemento químico fósforo. O fosfato mais utilizado pelas indústrias de cosméticos é o fosfato de sódio dodecahidratado, que podem ser encontrados na formulação de detergentes e limpadores.
Efluentes que contenham fósforo devem ser tratados adequadamente antes de serem descartados em rios, pois, altas concentrações dessa substância em rios e mares causam a eutrofização, que é o crescimento excessivo de algas e plantas aquáticas, gerando um desequilíbrio de pH e grandes oscilações na concentração de oxigênio dissolvido, o que pode ser letal para a vida aquática.
Como minimizar o impacto dos efluentes gerados na produção de cosméticos
No tópico acima foi possível entender como é grande a diversidade de efluentes gerados pela indústria de cosméticos. Por esse motivo, é fundamental analisar, classificar e quantificar esses resíduos, para que eles sejam armazenados, manuseados e tratados da forma mais adequada possível, atendendo às regulamentações ambientais.
A partir disso, é possível realizar o tratamento dos efluentes industriais de duas maneiras:
Onsite
Consiste na construção de uma ETE (Estação de Tratamento de Efluentes) nas instalações da empresa geradora do efluente.
Essa opção gera uma série de exigências que devem ser levadas em conta: além do espaço que a ETE vai demandar, a empresa deve contratar mão de obra qualificada, realizar monitoramento constante nas instalações para checar se os parâmetros do tratamento estão dentro do que a lei propõe, gerando custos extras, como gastos com análises laboratoriais.
Mesmo que a empresa faça manutenção regularmente, a ETE pode ter vazamentos e ocasionar a contaminação de outras áreas, por isso, o método exige cautela.
Offsite
Nesse caso, todo o tratamento do efluente é terceirizado por meio da contratação de uma empresa especializada. Esse método é indicado para empresas que não possuem espaço para instalação da ETE, não têm orçamento ou não querem despesas com a construção e operação da Estação de Tratamento ou para indústrias que geram um baixo volume de efluentes.
Outra vantagem do tratamento offsite é que sua indústria não precisa se preocupar com questões legais e burocráticas, uma vez que a empresa contratada oferece todo suporte nessa etapa.
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